segunda-feira, 24 de março de 2014

Fé e Ciência buscam a VERDADE...



...por caminhos diferentes.

O diálogo entre ciência e  é possível? Elas se complementam? Existem pontos de encontro e desencontro? O sacerdote Luis Gahona Fraga fala sobre este tema no programa “Últimas Perguntas”, de RTVE: “É difícil colocar a física e a  em relação, porque elas tratam de objetos diferentes – explica. Ambas buscam a verdade, mas por caminhos diversos”.


Durante a entrevista, Fraga explicou como as ciências experimentais (nascidas nos séculos XVI e XVII) “têm uma maneira de estudar o mundo de forma especial, que consiste em combinar a experimentação com teorias racionais e matemáticas”; esta combinação, afirma, “funciona muito bem, mas não se pode conhecer Deus assim”.

Conhecemos Deus por meio da filosofia e da , da Revelação”, explica o sacerdote, que defende que o aspecto racionalizável desta crença, o que propicia “o ponto de união entre  e ciência.
Dentro desta racionabilidade, Fraga explica os pressupostos da inteligibilidade da natureza, questões que o cientista busca entender: de onde vem esta inteligibilidade? Por que podemos encontrar leis no mundo físico?
Para Fraga, “é aí que o cientista se faz a pergunta sobre Deus, e Deus não pode ser demonstrado com as ciências experimentais, mas sim com outra fonte de conhecimento, que é a filosofia”.
Segundo esta união de perguntas, a ciência descobriria características deste mundo que remetem a Deus, e mostra que cada ser tem um índice metafísico que é como uma digital que nos fala de Deus.
“Esta digital é descoberta pela ciência; que ela venha de Deus já é fruto de um raciocínio que vai além do método científico”, comenta o sacerdote, que é professor do Instituto Teológico San Ildefonso de Toledo (Espanha) e físico pela Universidade de Harvard.
Entraríamos então no que Fraga chama de “inteligência inconsciente”. “Chama a atenção que o universo esteja tão bem feito com elementos tão simples, que leva os cientistas a se perguntarem se não haveria uma inteligência inconsciente que explique o que a ciência descobre neste mundo material”, afirma.
Fraga destaca que o universo não é só matéria. Superando os preconceitos de uma mentalidade herdada do materialismo do século XIX, o professor de teologia mostra que “a cosmovisão do mundo atual favorece objetivamente o diálogo com a “; e afirma que há temas que vão além da ciência: “o tema da criação, a essência das coisas, a dignidade do ser humano, a alma espiritual, a liberdade”.
“A Igreja está aberta ao diálogo com o mundo das ciências – explica – porque é próprio da  cristã buscar uma racionalidade na “; e defende o ponto de união entre  e ciência dentro da filosofia, que “chega a uma visão de mundo baseada em dados da ciência, mas que ao mesmo tempo é compatível com a existência do Criador”.
Na união entre  e ciência, há tanto pressupostos intelectuais como éticos, e Fraga defende sua existência.
“O cientista tem um impressionante anseio por saber, mas há certos limites, que ele não deve ultrapassar. Seu limite é a dignidade humana”, alerta.
“O segredo está em distinguir que o ser humano tem uma dignidade e que esta dignidade é um limite absoluto. Do contrário, caímos em erros do passado, e a ciência pode levar aos maiores pesadelos da humanidade”, concluiu.
Fonte: www.comshalom.org

Fé e Ciência - 2



”O Observatório do Vaticano é como a Enterprise da série Star Trek”


Jornal La Repubblica.


O jesuíta José Gabriel Funes (foto), diretor do observatório astronômico e centro de pesquisa científica da Igreja, escreve no L’Osservatore Romano: “Eu sou um trekkie [fã da série Star Trek]. A nossa missão é a de ir longe, rumo à periferia mais distante, à fronteira final”.
Coirmão e compatriota do papa, o jesuíta José Gabriel Funes, astrônomo e diretor da Specola Vaticana, o Observatório do Vaticano, faz parte da geração que cresceu assistindo a Star Trek, a série original, à tarde, depois de fazer o tema de casa para a escola. “Eu posso dizer”, escreve ele no L’Osservatore Romano, “que eu sou um trekkie, mais do que fã de Star Wars“.
Recordando no seu editorial o convite que Francisco dirigiu aos jesuítas, e a toda a Igreja, de frequentar as periferias, o cientista e religioso cita as míticas palavras da antiga série de TV: “Espaço: a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Prosseguindo em sua missão de explorar novos mundos, procurar novas formas de vida e novas civilizações, para audaciosamente ir onde ninguém jamais esteve”.
“Acho essas palavras particularmente bonitas”, explica Funes, “porque elas interpretam o desejo, muito humano, de conhecer e explorar o universo”.
“Essa também é a missão do Observatório do Vaticano. O Papa Francisco“, lembra Funes, “convidou-nos a percorrer caminhos da pesquisa, caminhos criativos. A ciência é um desses caminhos que os jesuítas percorreram ao longo dos séculos”.
O diretor do Observatório do Vaticano insere a sua reflexão “no contexto do convite de Francisco a ir para as periferias”, que, escreve, “está na linha da exortação que Bento XVI dirigira à Congregação Geral da Companhia de Jesus em 2008, afirmando que a Igreja precisa de religiosos que dediquem a sua vida a estar justamente nas fronteiras entre a fé e o saber humano, a fé e a ciência moderna, a fé e o compromisso com a justiça”.
“A missão do Observatório do Vaticano“, conclui o jesuíta argentino, “faz parte desse ir às periferias mais distantes, à fronteira final, se assim podemos dizer, porque diz respeito ao universo: vamos longe, porque estudamos as galáxias mais distantes, mas também vamos para trás, no sentido de que exploramos, do ponto de vista da ciência, o início do universo”.
Fonte: www.comshalom.org