domingo, 24 de abril de 2011

Encontro com o ressuscitado



Acabou o feriado da Semana Santa. Voltamos à rotina do trabalho, do corre-corre cotidiano.

Lembra como passou aqueles dias? Teve tempo para parar um pouco e meditar sobre o sentido do que éramos convidados a celebrar? Ou a santidade da semana ficou só por conta do  “feriadão
que caiu do céu”?

 Nada contra o feriado que é sempre tempo precioso de descanso, convívio com os mais queridos, tempo de viajar, passear, ou mesmo apenas relaxar. Mas não podemos nos esquecer; o feriado da Semana Santa, em primeiro lugar, proporciona aos cristãos o tempo sagrado para um mergulho na experiência de estar mais perto de Jesus nos momentos decisivos de sua vida.

Mas ainda é tempo. É TEMPO PASCAL!
Estamos no centro do Mistério da nossa Fé.
A Humanidade está diante de um túmulo que recorda nosso maior limite. Nele um corpo foi sepultado. O profeta galileu que seduzia o povo com suas palavras e gestos, viu-se diante dos poderosos que sentiram-se ameaçados por alguém que falava em colocar o amor no lugar das leis e das velhas tradições. O confronto chegou ao auge: traição, prisão, julgamento, tortura brutal, condenação e morte. 

No túmulo, o fim de uma história. Os amigos dispersos, assustados, decepcionados não podem deixar de pensar: como toda história humana, aquela também termina em túmulo...

No entanto... na madrugada do Domingo, algumas mulheres (sempre elas...) vão ao túmulo e o encontram vazio. Voltam contando uma outra história.

E da História de Jesus de Nazaré mergulhamos no mistério da Fé.
O Deus em que cremos não se deixa aprisionar por nenhum túmulo. É o Deus da Vida e não da Morte. “ Eu vim para que tenham vida, e vida plena!”, Ele disse.
Mas há quem não consiga libertar-se do túmulo. Aliás, diante do túmulo, há atitudes as mais diversas...

Há quem viu o túmulo vazio, os panos pelo chão, e ficou confuso, indeciso.

Há quem também foi ao túmulo e nem precisou entrar. Da porta mesmo, já acreditou.

Há quem diga que só acreditaria vendo e tocando...

 Há quem não acreditou e, no desespero, buscou também o seu próprio túmulo...

 Mas a história não se encerra no túmulo vazio. Ela continua em relatos de diversos encontros. Perto do túmulo, em estradas, em pescarias, no alto de montanhas, em salas fechadas...

 Aqui e ali, as pessoas contam histórias fantásticas de encontros inesquecíveis.

As “fontes”, é verdade, não são lá muito confiáveis: mulheres (algumas de má fama...), pescadores, cobradores de impostos nem sempre honestos...

Mas ao longo desses quase dois mil anos de História continuam os insistentes relatos de “ENCONTROS” com o Ressuscitado. Nos lugares, circunstâncias e tempos mais extraordinários... ou comuns. Das formas mais diversas.

Parece que todo ser humano sobre a face da Terra tem seu momento de vislumbre, sua “visão”, seu encontro com o Ressuscitado.

E ele, quando acontece em profundidade, é decisivo. É capaz de mudar o rumo de uma vida. É capaz de dar sentido a gestos que só podem ser entendidos por aqueles que vivem grandes paixões. Sim, porque o encontro com o ressuscitado é o encontro com um Deus apaixonado. Capaz de dar, não sua morte, mas sua VIDA por nós.

 Ter essa experiência é como assistir a um “trailler do Infinito” Há quem sobreviva uma vida inteira de aridez alimentando-se dessa “visão”. É como se algo no mais profundo do nosso coração dissesse e garantisse: “ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS”

 Santo Inácio chamava a alegria proporcionada por esses encontros de “consolação sem causa aparente”. Uma gratuidade generosa do nosso Deus, como se estivesse acenando para nós, sorrindo e dizendo: “Pode duvidar. Eu continuo acreditando em você!”
Assim foi o encontro do ressuscitado com os discípulos de Emaús. Assim foram tantos outros encontros em tempos, circunstâncias e lugares os mais diversos.

Quem sabe agora, tempo pascal, seja hora de você se perguntar:
Olhando a minha história, contemplando a minha vida...
Onde, Como, Quando aconteceu o meu encontro mais significativo com o Ressuscitado?

Autor: Eduardo Machado

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